segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Início do Ano no Vermelho: China cai e leva outras bolsas junto

E qual a consequência para os seus investimentos de uma desacelerada da China? E para quem ainda vai investir?

Para quem já investiu, esteja seguro de que escolheu empresas que não sejam de commodities, e que estejam à mercê da flutuação de mercado e para quem ainda não investiu, escolha empresas que estão menos ou nulas em relação ao Risco-China.

Mas e os investimentos em renda-fixa (Títulos, Debêntures, CDBs, LCI, LCA, etc)?

Bom, investimentos em renda fixa não possuem riscos tão altos quanto as ações de caírem sua rentabilidade, mas há o risco da instituição que os vendeu e que podem estar expostas à China, direta ou indiretamente, o que - apesar de improvável - pode gerar um aumento de riscos sobre um determinado papel. Esse risco se traduz em uma exigência de investidores por um rendimento mais alto, um prêmio de risco, pelo papel. Esse prêmio de risco, é um preço mais baixo dos títulos e por conseguinte uma perda para quem comprou antes das exigências e precisar vender.

Então você pode perder na renda fixa também, se vender antes do prazo, ou se as condições econômicas mudarem e os rendimentos do seu título forem incompatíveis com as novas condições.
Por exemplo:

Compro um Título X com rendimento de 12% Líquido de IR (Imposto de Renda)

Condições mudam os juros dos novos títulos para 15%

Poucos vão querem comprar o meu título com rendimento de 12% quando tem um de 15% à venda. Qual a solução?

Vender mais barato, de tal forma que o rendimento final do meu título equivalha ao de 15%. Dessa forma, eu posso perder um alto valor se houver uma piora considerável nas condições econômicas e eu estiver preso a um título. Isso se deve não à perda em si, mas à perda de oportunidade.

A causa da queda da China não é assunto para este blog, embora seja relevante para a nossa economia e também para seus investimentos. Então vou tentar resumir: a China, para ser o veículo de crescimento mundial, passou a incentivar fábricas e indústrias em troca de mão de obra barata, matérias-primas e legislações favoráveis à exportação. Quando esse modelo deu sinais de fadiga, modificaram sua estrutura para pesados programas de construção, onde fizeram cidades inteiras que hoje são fantasmas com o uso de dividas. Esse boom de construção impulsionou o PIB e fez empresas chinesas serem catapultadas nas bolsas de valores, atraindo uma multidão de investidores querendo ficar ricos rápido. Essa multidão de recursos têm originado uma bolha na China, onde as ações estão "estourando" em termos de valores. Hoje a única coisa que impede a bolha chinesa de estourar é o chamado circuit-breaker, uma regra na qual a negociação na bolsa é suspensa quando a queda chega a 7%, o que na prática não impede as pessoas de venderem na próxima sessão de mercado, mas torna a "explosão" da "bolha" mais "suave".

Desculpe a quantidade de aspas, mas nós temos convivido com tantas bolhas que eu já não sei dizer qual é bolha e qual não é...

Enfim: Investimentos em renda-fixa hoje devem ser feitos em pós-fixados, já que é consenso de mercado que as coisas devem piorar antes de melhorar. Quanto aos investimentos em ações, fuja de commodities como o ferro e petróleo onde não há visibilidade de preço e de seus derivados como o aço. Procure empresas que ganhem com o cenário de alta do dólar, que possuam condições de saírem dessa crise sem problemas. Uma sugestão? Invista em...só no próximo post.

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