quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Ganhando dinheiro com ações: Análise Fundamentalista

Continuando a série, vamos falar sobre uma segunda forma de análise de ações, considerada a melhor por muitos, por não estar restrita ao valor (a análise técnica não pode ser aplicada de maneira substancial com valores extremamente altos, como bilhões, por exemplo).

A escola fundamentalista, como também é conhecida, lança mão da análise de balanços, conjuntura econômica e perspectivas mercadológicas para analisar as empresas. Por meio de métricas como Preço/Lucro, Rentabilidade sobre Patrimônio Líquido (ROE), geração de caixa, alavancagem, entre outras, podemos verificar perspectivas futuras com relação ao desempenho da companhia e buscar empresas que tenham vantagens comerciais duradouras.

Para citar um exemplo que seja mais claro, posso citar a Coca-Cola. Esta empresa, além do enorme portfolio de bebidas que ela possui, tem uma marca comercial que é a mais conhecida do mundo, o próprio refrigerante Coca-Cola. Isso torna a companhia uma empresa com vantagens quase insuperáveis em seu mercado, visto que o consumo de Coca-Cola contínua enorme. Diante disso, analise um outro tipo de refrigerante também muito conhecido localmente, como o Dolly, que tem maior domínio de seu mercado? A Coca-Cola ou Dolly Cola?

Não parece uma comparação justa, não é? E porque? Ambas as empresas estão no mesmo mercado mas a Coca tem um domínio maior, pois tem maior apelo dos consumidores e em que isso se traduz? Maiores preços e maior margem de lucro final.

Existem inúmeras empresas com amplos diferenciais de mercado, que são as melhores de seus respectivos segmentos e que são "jóias" da análise fundamentalista. Aqui no Brasil, temos um exemplo bastante claro, como a Ambev, com seu domínio de mercado existente principalmente pela quantidade de marcas que ela possui, diferenciais como domínio logístico, ampla rede de distribuição, poder de repasse de preços e controle de custos.

Para analisar propriamente uma empresa, devemos selecionar um segmento e preferencialmente um que possua barreiras à entrada, ou seja, que dificulte a entrada de um concorrente. Depois, analise a liderança desse segmento, compare as margens em relação às outras empresas e verifique as perspectivas desse ramo. Não esqueça de verificar se a companhia possui dívidas, a quantidade delas, e se a empresa possui caixa líquido (situação em que as disponibilidades financeiras sobrepõem as obrigações) ou dívida líquida (situação inversa, em que as dívidas são maiores que o caixa). Prefira a primeira opção, além de verificar se a empresa possui alguma vantagem em relação à concorrência (menores custos, marca mais forte, maior escala, menor alavancagem ou maior participação de mercado).

Por fim, verifique o valuation em bolsa, ou seja, a precificação das mesmas em bolsa. Geralmente, uma companhia com muitas vantagens é relativamente cara, como Renner e RaiaDrogasil, que negociam a amplos múltiplos em bolsa por possuírem um histórico de boa gestão e vantagens em relação aos concorrentes. Uma empresa que tenha vantagens e esteja a menos de 10x Lucros (divida o valor total da companhia em bolsa, pelos lucros que ela gera, exemplo, empresa X vale R$ 1.000,00 e lucra R$ 100,00), é considerada uma barganha e vale a pena o investimento. Também, nunca considere um teto para venda das ações, ou você pode perder um bom momento de alta e se arrepender depois.

Sempre considere ações como um investimento de longo prazo, mesmo se ele tiver um bom rendimento no início, visto que boas empresas sempre tendem a recompensar um investimento, principalmente quando são compradas a baixos valores.

Há empresas na bolsa muito baratas hoje, mas que são verdadeiras armadilhas ao investidor, no próximo post falaremos sobre elas. Não Perca.

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